11/15/2005

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Acção do Grupo Mandrágora (Portugal):

Entraram os dois, os sujeitos da acção de fato de macaco vermelhos, talvez com a ideia de o trabalho no que toca ao criativo, poder sujar as mãos? A acção em si construiu-se através de pontos sarcásticos, primeiro dialogando com a pintura (com musica de fundo espanhola), rasga a tela e coze-a como um pescador; depois na segunda acção questionando-se sobre o registo sonoro, trabalham foneticamente de uma maneira melódica ou gritada enquanto interagem com o público e vão distendendo uma fita de cassete, parecendo evocar o paradoxo entre a construção sonora que progride pelo sistema de registos e mercado (o mundo discográfico por exemplo) e a nossa capacidade sempre possível de accionar no real o som. Criam duas acções que parecem muito estruturadas quase teatrais, mas que também têm interesse por isso, porque entram num género de simulação da narrativa, estando a pintar, estando a construir uma peça de som, destroem a própria simulação narrativa por dentro com referências auto-reflexivas sobre os elementos que usam, desenrolam essa fita enquanto a cantam, ou rasgam essa pintura enquanto a pintam.

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