11/15/2005

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A acção de André Pimenta (Portugal):

A ideia que dá é a de uma ultima cena de um velho mundo, uma luz ténue focada formando um sitio, um circulo, o espaço do Ginjal tornado gruta onde um único foco ilumina uma cena de arquivista, este que vai identificando, numerando os destroços de um cubo de gelo gingante, que vai deixando cair no chão de pedra, o personagem leva uma camisola de lã grossa, toda cena remete para um fim ou um principio do mundo. Na acção repetidamente a presença forte do André construindo os movimentos ao seu tempo; de inicio é me difícil captar esse silêncio mas com tempo entra-se nesse ritmo suave, e concentrado, uma espécie de labor minucioso e atómico. A cena brilha com o gelo, esse apanhar de retalhos, é um bom exemplo de uma luta ontológica, principio da humanidade, o remate energético como acabou a acção foi cómico em vez de levar aquilo que era uma repetição processual ao obsessivo fim, pegou num bloco ainda grande do gelo, e deu-o ao rio, sem mais.

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